O último e o penúltimo

Ahhhhh! Acabei mais um!
Agora só faltam o penúltimo e o último essays (boa maneira de ver as coisas). Para serem entregues até o próximo dia 21. É o dia que eu viajo pra Praga/Bratislava e nem dá pra querer que o tempo passe rápido...
Na quarta é a entrega do primeiro esboço da dissertação para a orientadora.
Meia-noite. Menos dois graus lá fora. Ainda bem.

Moreira Salles versus Moore

Cheguei no fim da exibição do Entreatos na LSE (já tinha visto o filme em Oxford) pra encontrar as amigas e seguir pra um showzinho em Tufnell Park e acabamos ficando mais do que o planejado. O João Moreira Salles chegou para responder perguntas e a Dri acenou para mim lá no meio da platéia mostrando uma cadeira do lado dela. Fui até lá e quem estava sentado do outro lado da cadeira desocupada???
- Embaixador. Como vai?
- Bem. E você? - respondeu o Bustani, com um sorriso.
O talk foi muuuuito interessante. O João Moreira Salles disse que acha que o Lula ainda não viu o filme, falou sobre como fica claro no documentário quais são os aliados mais amigos de Lula (eu não tinha percebido da primeira vez como foi longo o abraço que ele deu no Suplicy), e enfatizou que em nunca, durante os 18 meses que passou editando o filme, recebeu qualquer telefonema de Brasília pedindo para vê-lo. Criticou Michal Moore de um maneira que eu ainda não tinha visto ninguém fazer. Minha conclusão: O Michael Moore é como se fosse a Veja. Tem a idéia preconcebida do que vai apurar e não se permite aprender ou mudar qualquer opinião durante a apuração/produção do que faz. Precisava daqueles comentários do João Moreira Salles para deixar mais clara a minha opinião sobre o Moore.
Saimos de lá e fomos em bando pro show da Doctor Beat, uma banda que uma colega de mestrado da Isa faz parte.
De volta ao mundo dos essays, passo o dia de hoje sentada em frente ao computador cercada de gráficos sobre gastos sociais e distribuição de renda por todos os lados...

É big, é big!

O dia começou com compras, corte de cabelo e acabou com os amigos num jantar muuuuito legal na casa da Néli!
Tenho que sair correeeendo agora, mas as fotos contam mais!!

É big, é big! 

Meu aniversário!!

Hoje é dia de ver os amigos, receber parabéns e fazer só coisas legais!! :D

Boas notícias!!

Hoje foi o dia da minha presentation sobre desigualdade social durante os últimos 20 anos na América Latina. Deu um trabalhão de fazer, mas ficou tão lindaaaa. O professor de economia falou brincando que a cada apresentação os meus slides ficam mais elegantes e que "assim fica difícil acompanhar". :D
Usei uma foto de São Conrado visto da Rocinha e mostrei lá embaixo o Fashion Mall ("o nome do shopping é assim mesmo, em inglês" e as suas lojas chiques). A linda capa da Carta Capital com aquelas duas havaianas (crédito: imagens que o Chico scanneou pra mim no Brasil!) também fez sucesso.
"Apesar de não concordar com a metade das coisas que vc falou, seus argumentos estão muito bem fundamentados e vc trouxe ótimos exemplos sobre o Brasil", disse ele. Ótimos elogios para se receber na véspera do aniversário!
Chegaram duas notas de essays! Acreditem: 63 e 64 (em 100) são notas boas e estou muito feliz com elas!! Principalmente com a do Plano Real (o 64), já que defendi um argumento meio controverso e tinha certeza que ela seria avaliada com mais rigor!
E a melhor das boas notícias! Acabo de ganhar 10 pounds graças a um trabalho que reciclamos não sei quantas vezes na Eco (o do Almodovar, Iracema!). Tava falando dele agora no jantar e disse que "nada se cria, nada se perde, tudo se tranforma" e o Mariano me perguntou: "De quem é mesmo essa frase?" Eu disse "Lavoisieur!". Ele não estava satisfeito com a resposta e perguntou pra um amigo nosso que estuda bio-química. Depois pro que estuda filosofia. Eles não sabiam.
- Quer apostar? - eu disse, estendendo a mão. - Vamos, argentino, essa dívida você vai poder pagar!
- Ok. Dez pounds.
Alguns minutos depois, já no meu quarto, recebo um email dele só com o subject preenchido: "Te debo 10 libras... FUCK".
Viva Lavoisieur! Viva o trabalho do Almodovar que apresentamos umas 5 vezes na faculdade!

A sensacional capa da Carta Capital sobre
desigualdade no Brasil! 

Neve, neve!

Eu tenho "uma coisa" com alarmes de incêndio, como diz a Isa. Hoje estava na Waterstones aqui perto de casa, com um livro na mão e já me dirigindo ao caixa quando ele começou a tocar. A Néli fez aquela cara de "ah, não..." e falou "alarme de incêndio". Em um segundo apareceu um guardinha pedindo pra todo mundo largar os livros e deixar a livraria.
Voltando pra casa, recebi os primeiros floquinhos de neve. É raro nevar em Londres. A cidade não está preparada pra isso e a TV exibe entrevistas e mais entrevistas com "otoridades" pra saber como os serviços públicos vão se comportar. Tem anos que o metrô pára.
Mas daqui da minha janela vi a nevasca mais forte que caiu sobre a cidade neste inverno. Recebendo telefonemas, mensagens e email das amigas. A gente é brasileiro. A gente pode ficar assim, animado. Mas tem que responder umas três vezes por dia se "neva no Brasil?".
Essa segunda foto aí foi tirada exatamente três minutos depois da primeira. Tempo maluco é esse aqui. Nenhum mais no mundo!

Neva lá fora e aqui faz tanto frio... 


Três minutos depois, sem exagero! 

Entre mortos e feridos...

... salvaram-se todos.
A festa começou uma zo-na. Os donos do Barraco, que abriu há menos de um mês, simplemente ficaram enlouquecidos quando viram tanta gente pedindo feijoada, pão de quijo, aipim frito, coxinha de galinha, guaraná e pastel. Como se não bastasse, só conseguimos botar o som pra funcionar quase 23h! Muito tarde pros padrões londrinos. E isso só aconteceu graças ao Leo, o argentino mais figura que eu conheço. Depois que ele conseguiu resolver o problema da conexão dos cabos (coisa que ninguém conseguiu antes), eu disse pra ele que de agora em diante apóio tudo o que o Lavagna quiser em relação ao Mercosul. Estou com ele e não abro.
Foi muuuuita gente! E foi muuuito legal ver todo mundo junto! A Caro, mulher do Leo e também bolsista Chevening, se encantou com a coxinha de galinha. A Marcela, eslovaca, adorou a "feixoada". O DJ não era lá grandes coisas, mas a empolgação da galera fez o clima ficar ótimo!
Fotos, fotos, fotos aqui!

Aniversariantes e o bolo! 

Botar o biquini e ir pra praia!

Hoje teve exercício de incêndio às 3h30 da manhã. Qual é a necessidade disso? Não tem graça nenhuma. Aquele alarme dá um susto absurdo na gente e é muito difícil dormir depois. Essa coisa neurótica com incêndio me irrita de vez em quando...
Tá um sol lindo e pela primeira vez aqui em Londres acordei com aquela sensação de levantar, botar o biquini e tomar café já sentindo aquele cheirinho de protetor solar.
Às 10h, mandei mensagem de texto pras amigas brasileiras: "Tá um sol lindo! Vamos botar o biquini e ir pra praia!". Caramba, praia faz falta sim...
A minha festa de aniversário é hoje!! A Isa ligou pra me contar que foi a uma festa ontem e duas pessoas que ela não conhecia disseram que também estavam vindo à festa! Parece que, como diz o co-anfitrião John Joe, vai ser um evento pra ser lembrado... Amanhã eu conto como foi!

A Dri falou com a rainha!

Caraaaaaca! Isso foi impressionante!
A Adriana passou o fim de semana passado no interior da Inglaterra com os colegas da LSE, numa viagem organizada pelo mestrado. O lugar em que ficaram hospedados é perto do castelo onde a rainha Elizabeth passa os fins de semana.
No domingo de manhã, ela e uns amigos resolveram ir à missa numa igreja que fica dentro de um parque. Climão de filme. Pessoas andando a cavalo...
O padre recebeu o grupo e anunciou que a rainha também estava presente. Durante a missa ele pediu para que os fiéis rezassem pela rainha, pelo casamento do Charles com a Camila e pelos alunos da LSE, "para que eles possam escolher bem o seu caminho". Na mesma reza! A rainha, o príncipe Charles e a Dri! Meu Deus!
Na saída da igreja, a rainha cumprimentou todos e parou na porta da igreja pra conversar com o grupo da LSE. Os seguranças à paisana, meio distantes e ela paradinha ao lado da Dri! Meu De-us! Que emoção!
Depois da conversa, ela entrou no eu Jaguar verde e voltou dirigindo para o palácio.
Muito chique, né?

Tudo em ordem

Voltei a ser uma pessoa com (alguns) pounds na conta bancária. Ufa! Até que o NatWest não foi tão incompetente assim em resolver o problema...
Essa minha experiência pareceu aqueles testes que o Fantástico faz pra testar a solidariedade do brasileiro. E para vocês, em primeira mão: brasileiros (e argentinos, e eslovacos, e ingleses, e gregos, e belgas...) são muuuuito solidários! Todo mundo se ofereceu a emprestar dinheiro! :D

Recebi hoje essa foto da Ale e do Diogo! Que
saudaaaade de vocês! 

Viva a privatização!

Calma! Eu explico... Depois do calor das emoções já consigo me articular.

Saldo negativo de 300 pounds na sua conta, assim, às vésperas do seu aniversário é pra deixar qualquer inferno astral anterior no chinelo, né não? Simplesmente a empresa do cartão de débito lançou duas vezes um pagamento meu no valor de 450 pounds, o equivalente a 2250 reais. O que era pra ser um pagamento de 2250 reais acabou se transformando num de 4500. Legal, né? Saí correndo pra "quebrar tudo" enquanto a minha agência ainda tava aberta. Lá, o atendente me disse que eles estão "very sorry", mas que o problema "might be solved in a couple of days". Quando inglês não sabe o prazo certo, eles falam "in a couple of days".
- Mas quantos? Em quanto isso em fico com um saldo negativo de 300 pounds na minha conta e "no money"?
- Yeah... We are really sorry for that. But you'll have to wait.
Estou esperando. Tentei ver se o problema tinha sido aqui no hall, na hora de fazer o pagamento. Não foi. Depois tentei achar o SAC do cartão pra ligar informando sobre o acontecido. Mas na internet a informação é de que "vc deve contactar o seu banco pra resolver o problema".
Esperar "talvez quatro dias" pra o banco te devolver 450 pounds surrupiados por um erro técnico...
Pelo menos todos os amigos estão solidários e ficam perguntando se eu preciso de dinheiro. "Are you running out of money?", que já tinha virado um bordão, anda muitíssimo aplicado agora...
Num certo sentido, fico até feliz em ter tido esse problema. Não ter um problema com banco durante um ano em Londres é como ir ao Arpoador e não ver o mar, sentir apertar o sapato e não descalçar.
E aí é que vem a privatização! Depois de uma hora de conversa com o meu professor de economia sobre as minhas contradições internas entre ortodoxia e heterodoxia, lá vem (dramas acadêmicos meus, pra uma outra hora): os anos 90 trouxeram muuuuuita coisa ruim pro Brasil. E muitas delas ligadas às privatizações, claro! Mas pelo menos temos no máximo duas senhas para o banco e a sua agência (a 100 metros da sua casa) não manda uma correspondência pra vc endereçada ao outro lado do Atlântico.
Depois de dois meses tentando me cadastrar no internet banking do Natwest, meu pai me mandou um email dizendo que tinha chegado uma correspondência pra mim com o meu activation code. Os caras que mandam todo mês o meu extrato pra o meu endereço daqui (a dois blocos da minha agência bancária) acharam dessa vez que talvez seria mais prático mandar a minha senha de ativação da internet pra Santa Teresa.
E uma coisa mais maneira ainda: para vc entrar na internet, depois de digitar uma das SETE senhas do banco que vc coleciona, aparece uma página em que eles pedem pra vc digitar "o quinto, o terceiro e o primeiro" algarismos da sua senha. Abaixo, "o oitavo, o quarto e o segundo" algarismos do seu Pin Number (até hoje não sei a diferença entre os dois, deve ser desculpa pra poder ter mais senha). Essa ordem muda, claro, a cada vez que vc acessa. É a forma que eles acharam para cuidar da sua segurança. Cara, vc tem que escrever a droga dos números num papel! Porque de outra forma vc não consegue preencher o que eles pedem!
Não tá acreditando? Ou não entendeu pq isso é muito abstrado pra vc? Pois olha aqui (repara que essa já é a fase 2 do login!):

É mole?? 

Ah! Já ia esquecendo. Apesar das sete senhas que vc tem, quando vc decide tirar dinheiro da conta direito caixa, não precisa digitar nenhuma delas. Basta entregar o cartão pra mocinha e dizer quanto vc quer. A Patricia teve alguns bons pounds retirados (por outra pessoa) da conta dela desse jeito, depois que surrupiaram seus cartões. Facinho, facinho...

Clede conta a história

Leitura da noite:
Trouble in paradise: Globalization and environmental crises in Latin America (2003) / J. Timmons Roberts and Nikki Demetria Thanos


Meio ambiente na América Latina 

Chapter 4
Hazards of na Urban Continent
"Monday afternoon, 5 p.m. The sun is dropping quickly, casting shadows across the graying apartment buildings and tropical palms of Copacabana, one of Latin America’s most glamorous beaches. In the distance lie Tijuca mountains and the remnants of the Atlantic Forest that once stretched for a thousand miles along Brazilian coast, now 93 percent deforested. At the tallest peak stands the Corcovado, an enormous concrete statue of Jesus Christ with outstretched arms, and on the other side, the city’s other signature, the Sugarloaf mountain. On its other side, the gorgeous white sand beaches that stretched between the stunning mountains form the edge of Guanabara Bay, an immense body of water (381 square kilometres) that once made the city the key to controlling the Brazilian coast and trails to the gold mines, in struggles between the Portuguese, the French, and the Dutch."

Esse é o cenário onde se passa a historinha da Clede (deve ser Cleide), uma empregada doméstica que pega o 740D-Niterói para ir da casa da patroa para a sua casa depois de tomar um expresso e comer um salgadinha (a salty fried piece of bread stuffed with chicken) (Deve ser mistura de salgadinho com coxinha). Pois para chegar em casa, a Clede passa pelos melhores exemplos do que é a destruição do meio ambiente pela urbanização intensiva e descuidada, característica das principais cidades da América Latina. O artigo fala de Jaime Lerner e cita Carlos Minc (até aqui, Minc??).
Algumas boas páginas adiante, os autores encerram o texto se questionando se os problemas de urbanização nas grandes cidades latino-americanas vai ser tratado amplamente, da maneira que deve ser, ou se se limitará to the merely "restoring the postcard" of global cities like Rio de Janeiro for the benefit of tourists and the wealthy, not Clede and other "marginals".

Não dá pra acostumar

Convivemos, passamos até a aceitar, mas não tem como nos acostumarmos:
- Batata recheada com feijão com molho (doce) de tomate;
- Motorista do lado direito no carro;
- Ter obrigatoriamente que ficar do lado direito na escada rolante (por que será que ela não é mão inglesa também?) pra não ser atropelado na saída do metrô;
- Chá com leite;
- Cinema (com desconto) a 30 reais;
- Comer sanduíche na hora do almoço;
- Jantar às 18h;
- Desenvolver flexibilidade térmica pra não ficar tirando e botando casaco num curto intervalo de tempo;
- Mulheres de mini-saia num inverno de 3 graus;
- Muita, muita maquiagem pra assistir aula às 10h de terça-feira;
- Molho à bolonhesa feito com carne de carneiro;
- Fish and chips;
- Ter que escolher entre ir pra casa ou pra uma boate barulhenta depois das 23h, porque nada mais está aberto;
- Secador de mão em vez de toalha de papel;
- Colchonete inflável que parece com aqueles de piscina (quase todas as pessoas que recebem amigos em casa têm um);
- Tomar água da bica;
- As 567 portas anti-incêndio entre a portaria e o seu quarto;
- Os testes de alarme de incêndio;
- Poucas latas de lixo na cidade pra evitar atentado;
- Atravessar a rua sem constrangimento na faixa de zebrinha. Todos os carros param quando vc se aproxima, o que te deixa meio sem graça;
- Usar alucinadamente mensagens de texto no celular;
- Edredon com fronha (não sei nem se aquilo tem nome em português) em vez de lençol;
- Cabelo com eletricidade (como é que resolve isso??);
- Dia dos namorados hoje, dia 14 de fevereiro.
O que mais?

De novo!

Começou tuuuuuuudo de novo. Contagem regressiva para a entrega do terceiro "lote" (só assim mesmo) de essays... Domingo inteiro estudando. Mó ventania e aquela chuva londrina do lado de fora. Aprendi a gostar dela. Mesmo!
Amigas vêm com a teoria que eu não me dou conta da falta que o sol faz, mas se eu não sinto falta é porque não faz falta. Não?
Sábado que vem é a minha festa de aniversário com o John Joe. Megacampanha publicitária! Com flyers e tudo. Espero que todos os amigos que estão nesta ilha tenham recebido o convite! Caso contrário, xingamentos recebidos no comments! :D

Tava lendo Os Conspiradores agora. Já havia lido que o Larry Rohter tinha virado enredo de bloco de carnaval no Rio. Mas ainda não conhecia a letra. Perfeito o refrão!
"Ele não gosta de cachaça
Ele não entende de mulher
Uh, Larry Rother!
Será que ele é?"


Marcela, eu, Mariano, Elena e Rui na festa na casa do
Ricardo e da Gaby. Sábado que vem é a minha. OBA! :D 

World press photo

Foram anunciados ontem os premiados do World Press Photo 2005. Como era de se esperar uma foto linda (?) sobre o Tsunami foi a grande vencedora. Eu poderia apostar que o principal prêmio ficaria para aquela do pai segurando a mão do filho morto, mas esta não ficou nem entre os outros colocados. Ela era tão boa, mas tão boa que imagino que o fotógrafo tenha perdido o prazo de inscrição. Também senti falta da foto que foi batizada por todo mundo de "Pietá de Beslan". Lembram? Aquela da mãe com uma mão na cabeça do filho morto e a outra no seu próprio pescoço. Foi página inteira em grande parte dos jornais da época do ataque à escola no Sul da Rússia.
Mas essa aí embaixo é muito boa, né? Tirou o terceiro lugar em "Sport Features". A galeria com todos os premiados está aqui.

"Fourth place". Renée Jones, USA, Star Tribune.
 

O que que é isso?

Gente, existe uma guerra civil no Globo? Alguém me explica se tiver entendido. Hoje na pagina de opinião, o Ascânio Seleme responde a coluna da Cora Ronai dizendo que a crítica da colunista à edição da foto da Luma de Oliveira na primeira página de domingo "foi um pouco além dos bons modos". Que a colunista teria tido um "arroubo juvenil".
Na sua coluna no Segundo Caderno, Cora escreveu: "Algo me diz que, dando continuidade à tradição iniciada no ano passado, no carnaval que vem devo voltar ao assunto. Até que apareça uma nova “cara do carnaval”, continuaremos assim: os rapazes da primeira página dando a Luma em destaque lá, e eu dando um ataque de nervos aqui. *suspiro*"
Que que é isso, minha gente?! Briguinha entre jornalistas do mesmo jornal e tudo ali publicado? Pros leitores participarem?
Isso me fez lembrar um artigo em que o meu preferido esquerdista mal humorado se curva aos ensinamentos do colunista mestre da direita. Quando William Safire anunciou sua saída do New York Times, Elio Gaspari reproduziu em sua coluna os 12 conselhos de Safire aos leitores de artigos produzidos "pela espécie de jornalistas que se denominam colunistas".
O número 7 da lista: "Não perca tempo com polêmicas entre colunistas. Quando os observadores viram participantes, os leitores acabam perdendo a verdadeira controvérsia. Essas discussões são como fotografias de pinturas de uma escultura."
O texto do Safire encontrei free of charge aqui. O do Gaspari, pra quem não tem acesso ao arquivo da Folha, está aqui.
Alguém me explica o que está acontecendo na Irineu Marinho?

E por aqui...

Salve o samba, salve a santa, salve ela
Salve o manto azul e branco da Portela
Desfilando triunfal sobre o altar do Carnaval!

Carnaval com Airto

Hoje a Portela pode descer. O absurdo feito com a velha guarda é uma derrota moral da escola. Logo no ano que apresentavam a ONU como enredo. Um samba horrível, é verdade.
Longe da Portela, o meu carnaval foi de muitos "pois é... é hoje sim" quando os amigos fizeram ontem questão de me lembrar o que estava acontecendo no Brasil. Na terça-feira de carnaval, vejam vocês, tive uma discussão com o meu professor de economia sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal brasileira. Isso que é carnaval! :D
A segunda-feira foi mais carnavalesca e em ótimas companhias. Minha mãe chegou no sábado e foi embora de Londres ontem. Na segunda à noite, enquanto a Portela fechava os portões pra sua velha guarda, assistíamos a um show do Airto Moreira e da Flora Purim no Ronnie Scott's, equivalente londrino ao Blue Notes de Nova York.
A Marcela, minha amiga eslovaca, foi com a gente e fazia "u-huuuu!" ao fim de cada música. Começamos a combinar agora a ida dela pro Brasil, no próximo carnaval.
O show foi maravilhoso!! Além de um grupo de músicos perfeitos, eles levaram ao palco a filha Diana Purim Moreira e outros músicos mais jovens que brilharam misturando hap com música brasileira.
O resto do fim de semana foi de muitas caminhadas e programas pra matar a saudade de mama, que a essa hora deve estar no Vale do Loire...

Minha mãe e um vendedor do mercado
das flores da Columbia road 

Lindos!!

O convite chegou hoje, mas foi mandado antes do casamento como eles prometeram. Já está aqui na cortiça! A-do-rei!
As fotos chegaram antes, por email, junto com a descrição de um monte de detalhes do grande acontecimento, o que me ajudou a me sentir mais perto. Nessas horas dá mais saudade do Brasil. Saber que esses dois grandes amigos não vão se casar de novo e que eu não pude ver isso de perto. Mas aí estão eles! Lindos de morrer!


Catharina e Alexandre vendo as alianças chegarem 

Caramba!

Tava aqui procurando no Google um texto que escrevi no JB e olha só o que eu encontrei! Uma entrevista que fiz em 2001 com o cantor da primeira música que tocou nas rádios de Cabul depois da queda dos talibãs. No site dele e traduzido para o italiano. E aqui, ela está no original, numa listinha que tem a Time, o Independent e o Libération.
Deu saudades da salinha que a gente tinha pra gravar entrevistas por telefone na redação do velho JB, lá na Avenida Brasil. Bons tempos...
Post metidaço esse! Mas é que fiquei feliz de lembrar dessas coisas...

Pois é... Hoje começa uma coisa chamada Carnaval...

"Vocês têm noção de onde a gente está no mapa?!"

Foi muuuuito divertido! Valeu muito o sacrifício das intermináveis horas de ida e volta.
Estocolmo é uma cidade formada por ilhas, cheia de barcos por todos os lados. Pegamos neve e dias lindos de sol. Aquilo lá que é frio! Nossa... Estávamos esperando até mais, mas -7 graus com um ventinho é um friozinho bem considerável. De gente grande.
"Vocês têm noção de onde a gente está no mapa?!" foi uma das frases que ficou para a história! A Dri falava isso pelo menos umas três vezes por dia. A da Tati era: "A gente está com muita sorte". :D
Sorte porque comemos muuuuuito bem, fomos a um wine bar sobre o qual vamos ficar falando pelo menos mais uns 35 dias e até a louca que gritava à noite no hotel no fim conquistou a amizade das meninas, que perderam boas horas de sono por causa dela...
A Suécia não é tão perfeita quanto pensamos. Em alguns dos papos que tivemos, pudemos ver que o sistema tão elogiado no mundo todo também tem as suas imperfeições. Por ter acesso a tudo (educação, saúde, habitação), a população acaba sem estímulo para trabalhar. Problemas de primeiro mundo...
As fotos da nossa saga estão aqui!


Nós e a Gamla Stan ("cidade velha") ao fundo